Mostrar mensagens com a etiqueta valores. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta valores. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, maio 04, 2007

Génios, marionetas, chicos espertos e imperativo categórico II

Repito:
Não sendo o caso de Lisboa, não estando minimamente interessada na política da capital se não nas suas implicações políticas nacionais, a reflexão que hoje faço NADA tem a ver com Lisboa e a sua câmara.

Uma pessoa, seja de que partido for, deve poder contar com os sindicatos que têm por missão defender todos, para isso lhe pagam os associados, mas os partidos são organizações com visões do mundo próprias, com propostas de poder diferentes uns dos outros! E é óbvio que exposições de princípios aos grupos parlamentares são formas legítimas de defesa, quando se trata de questões de regime. Não é disso que falo no post anterior.
A missão externa deste blog, se é que a tem, é esta, a de descobrir as carecas da consciência daqueles que aqui se reconheçam, perante si próprios sobretudo: este blog não é nem nunca quiz ser um blog de escândalos!
Com que autoridade falo? A mesma que me permite afirmar que nunca me lembraria de ir queixar-me ao CDS dos atropelos deste e daquele que eventualmente me prejudiquem, quando nunca votei naquele partido, nem tenciono alguma vez votar: portanto, nunca iria USAR os seus serviços para me defender! E obviamente pode até conhecer-se alguém desse partido e em conversa vir o desabafo, outra coisa diferente é apenas abordá-lo para intencionalmente o usar.
Que autoridade estará por detrás desta lógica? A de Kant? Talvez: é que me parece que há de facto, imperativos categóricos sem os quais não é possível aquilo a que chamamos civilização. A imprevisibilidade que alguns exibem como nota de originalidade é apenas o sinal do supremo desprezo que nutrem pelo outro e se todos assim fossem, não seria possível a vida social onde a confiança é pedra angular. E é essa confiança que obriga a que se leiam os programas dos partidos que não deveriam funcionar como grupos de amigalhaços e ou de oportunistas que se lhes juntem por circunstâncias variadas.

Génios, marionetas, chicos espertos e imperativo categórico I

Não sendo o caso de Lisboa, não estando minimamente interessada na política da capital se não nas suas implicações políticas nacionais, a reflexão que hoje faço NADA tem a ver com Lisboa e a sua câmara.

Apenas me quero referir ao problema que me preocupa hoje: o chico espertismo ou esperteza chica, como queiram. É que há, infelizmente, aqueles que denunciam situações apenas quando os imediatos prejudicados são eles próprios e aplaudem outros chicos espertos como se fossem génios, quando precisam deles e até ao momento em que deixam de precisar deles. Esses, que assim procedem, são também chicos espertos e acham-se muitíssimo inteligentes: o outro para eles existe apenas enquanto lhes serve e vêem-no enquanto marioneta de si próprios- chegam até a pensar que a vida do outro foi talhada pela sua manipulação genial. Incluem-se neste tipo de chicos espertos aqueles que nunca tendo votado à esquerda e nutrindo até simpatias pelo ditador Salazar (vendo-se a si próprios como pertencendo a uma elite que só existe na cabeça deles, de onde aliás excluem todos à excepção deles próprios e dalguns -poucos- de entre aqueles que estão no seu circulozinho) encontram lata para se dirigirem a um partido de esquerda, para conseguirem os apoios de Deus e do diabo, julgando que tiveram, com esta diligência, um rasgo de genialidade e que ninguém os topa... (continua)

Antena aberta: o povo (do PSD ) está... com o Carmona

E é assim, muitos cidadãos colocam-se do lado dos arguidos e dos que intrujam, o que é necessário é fazer a pose de vítima... será porque algures no tempo esses cidadãos já se venderam uma ou duas vezes por muito menos?
E telefonam a dizer mal do cônsul Marques Mendes. Eu acho que fez muitíssimo bem.
Resta a saber se não acontecerá como com os outros trapaceiros que continuam na boa; apresentaram-se ao povo e o povo apoiou-os e elegeu-os como apoia em certos sítios a morte do touro na praça e todos acatam as decisões e tradições do povo, e como a trapaça já é logotipo nacional, os trapaceiros riem-se a bom rir e continuam pondo e dispondo nas quintas municipais ou regionais onde mandam como se fossem as suas roças. Não é para admirar que tudo vá continuar assim, neste cantinho onde os tíbios, os eunucos, os chicos espertos, os alvares da contemplação de si próprios e os da contemplação da bola são, infelizmente, a maioria...
E claro ninguém acha bem a denúncia, mas dá jeito sempre a alguns vilões que alguém o faça quando o fartar vilanagem já não dá para dividir por todos os candidatos ao festim.
Meus senhores, um pouco mais de pudor!
Os que se não venderam, e denunciaram a marosca, que denunciaram a nojice, a porcaria, a chafurdice dos porcos na pocilga são heróis, são pessoas com ética. Felizmente ainda as há.

Necessário é que a esperteza chica(ou o chico espertismo) seja renomeada(o)- a esperteza chica é a imbecilidade alvar do porco obeso que mistura a merda com a comida e se deita na malga rebolando-se e pensando: assim os outros afastam-se e fica muito mais para mim...que esperto que eu sou, só quem tem unhas é que toca guitarra...

Nojo deste país onde mandam os chicos porcos alvares ( e algumas chicas porcas alvares também, infelizmente) com a mania que são espertos/as! Náusea imensa!!!


Disclaimer ( não tenho tempo para responder nos tribunais sumários do regime do regime facho- socialista. Tenho medo pois)
Tudo isto que acima escrevi, claro, me quer parecer no meu mundo ficcionado, não quer dizer que se refira a Portugal. Nem mesmo se confirma que o dono do IP se reveja neste conteúdo. Estamos no domínio da literatura, único lugar onde podemos ainda ter liberdade de expressão de opinião quanto a figuras públicas no poder.

sábado, abril 21, 2007

J.M. Keynes

"In our present confusion of aims is there enough clear-sighted public spirit left to preserve the balanced and complicated organization by which we live? Communism is discredited by events; socialism, in its old-fashioned interpretation, no longer interests the world; capitalism has lost its self-confidence. Unless men are united by a common aim or moved by objective principles, each one’s hand will be against the rest and the unregulated pursuit of individual advantage may soon destroy the whole. There has been no common purpose lately between nations or between classes, except for war…"

E todos sabemos como Keynes era um perigosíssimo esquerdista...

Cultura de decência

Ser decente não é ser santo, não é ser perfeito, sr primeiro-ministro, ser decente é assumir erros, pedir desculpa aos presumíveis prejudicados e corrigir esses erros, se possível. Mas o senhor escolheu ser perfeito à martelada, à maneira da super-bock, passo a publicidade e a metáfora já batida!
Ninguém notaria o seu erro nem mesmo o seu narcisismo se não fosse tão arrogante, tão soberbo!

Nota: Claro que esta ideia não se aplica só ao nosso primeiro, não é coincidência se alguém se sentir retratado.

sexta-feira, abril 20, 2007

Doutoramento em lata

Ousa falar em decência numa hora destas, com as costinhas quentes, aquecidas pelo PR e agora pelo grão mestre, ele acha até que agora todos se vão calar definitivamente.

"Não discutimos a família socialista ou maçónica e a sua moral"

- disse ele, uma vez mais.

O Trocas-te tem mesmo o doutoramento em lata, não apenas honoris causa também com provas públicas!

Eu que queria, de facto, encerrar o assunto na minha cabeça, não há hipótese , lá vêm as imagens da corja toda reunida, para assegurarem a estabilidade dos tachos actuais e futuros e para me desestabilizarem a cabeça que já não anda bem...

Disclaimer ( não tenho tempo para responder nos tribunais sumários do regime do regime facho- socialista. Tenho medo pois)
Tudo isto que acima escrevi, claro, me quer parecer no meu mundo ficcionado, não quer dizer que se refira a Portugal. Nem mesmo se confirma que o dono do IP se reveja neste conteúdo. Estamos no domínio da literatura, único lugar onde podemos ainda ter liberdade de expressão de opinião quanto a figuras públicas no poder.

quinta-feira, abril 12, 2007

Antena 1: isso agora não interessa nada

O pobinho aproveita para se desforrar dos verdadeiros diplomados que sempre invejou e diz que " deixem trabalhar o homem" e que "não tem importância nenhuma ele ter ou não ter sido favorecido, toca a andar e não humilhem o homem".
O olhar do senhor José Sócrates parece estar muito bem treinado para o polígrafo, resultou mesmo, as meninas convenceram-se com o olhar do primeiro ministro...
Coisinhas secundárias diz ela, a apaixonada pelo olhar do Sr Engenheiro pela Universidade Independente José Sócrates de Sousa.
Pois eu não gosto daquele sorriso falso que precisamente não é acompanhado pela limpidez do olhar, que é semelhante ao de Portas aliás. A única coisa que tenho em comum com o primeiro ministro é a idade mais coisa menos coisa.
Pois eu sei de processos de equivalências, no meu caso, do ISCTE para o ISEG, foi bem mais complicado conseguir equivalências ao 4º ano do curso de Economia que tinha quase completo, tive ainda que fazer duas cadeiras do 3º ano para conseguir a equivalência, não ao 4º mas ao 3º (que diabo, tratava-se do ISCTE , mas compreendi, que remédio não tinha eu, e o 4º ano no ISCTE foi igual a zero ...), pelo que tive que fazer todas as cadeiras dos dois últimos anos da licenciatura e sei bem como é difícil concluir uma licenciatura quando se interrompe o curso e se procura posteriormente concluí-lo em situação de trabalhador estudante. Custa muito, custa bem mais do que me pareceu ter custado ao nosso primeiro. Mas, claro, a minha licenciatura é do ISEG,Universidade Técnica de Lisboa, 1986, nunca pensei ter agora esta sensação, do valor que tem de facto e finalmente, a casa que passa o diploma (a data não é irrelevante também, não tenho uma licenciatura PREC e se não tivesse interrompido, teria terminado em 1977). Quando concluí o curso já a trabalhar, a média baixou de 14 para 13 e tenho andado toda a vida a pagar por isso, mesmo apesar de ter agora mais um grau, o de mestrado, também em Economia pela Universidade de Coimbra. Digo tudo isto porque ele insultou todos bloggers como se não fossem cidadãos de bem, como treinadores de bancada e especialistas de nada. Pois senhor engenheiro não é bem assim ... claro que se referia aos seus perseguidores dos "grandes" blogs, e eu até admito que sou "mirim" como diz Pacheco Pereira, mas enfim , sei umas coisinhas aprendidas nos mesmos bancos onde estudou Aníbal Cavaco Silva...
Tudo isto é bom para exorcisar fantasmas e frustrações... e é bom não ter aqueles esqueletos no armário embora sua excelência o pobinho ache que "isso agora não interessa nada".

quinta-feira, novembro 23, 2006

O mundo como soma de umbigos e de birras

... E tudo o que fazem é na melhor das intenções...a leviandade na tomada de decisão e o total desprezo pelas consequências na vida alheia da decisão tomada. Tudo isto a esmagar-se sobre quem estiver por ali. Ao mesmo tempo os mesmos umbigos desenvolvem profundas ideias de ética, de justiça e de solidariedade... o ser humano no seu melhor... há quem nunca tenha sentido remorso nem saiba o que isso é. Claro que isso se deve aos elevadíssimos QI. desses umbigos: defendem-se tão bem que têm sempre à mão um objectivo "superior" que os justifique mesmo perante si próprios... Quem alguma vez poderá dizer que tem a razão por si , se todos fizerem isto mesmo?~O mundo é apenas o somatório de guerras surdas ou abertas entre umbigos, tudo envolto em discursos belos ... causando a miséria alheia com ar de quem quer o melhor para o próximo... tudo embrulhadinho em belíssimo papel de Natal e até de transcendência...
É isto o governo sobre os cidadãos mas não só, somos assim todos também, capazes de coisas belas, capazes de sujidades... porque não fez Deus os elefantes os herdeiros da terra? Porquê um macaco maníaco à Sua imagem e semelhança?

Porque escrevo isto, se os visados nunca aqui se reconhecerão? Apenas porque ainda me deixam existir também no mundo deles, são ainda tão tolerantes esses umbigos que ainda me deixam teclar. Muito obrigado por me deixarem teclar para o vazio do espaço digital,mas muito mais humildemente agradecida se aqui vierem ler as patetices que escrevo, nada que se compare à profundidade dos V. textos, está bem de ver, eternamente agradecida se aqui deixarem um clickezinho para o bloguezinho subir no ranking.
Recriemos Deus à nossa imagem, façamos subir Deus nos rankings. Vendamos Deus uns e usemo-l'O outros. Tudo de acordo com o princípio geral da satisfação imediata e permanente, até ao infinito!!!!!!!!!!
Aqui me incluo também, claro, não serei melhor que os outros macacos maníacos, cá tenho o umbiguinho também. No fundo, no fundo,como por aí se diz, o que faz falar muitos de nós é a INVEJA!!!!!!!!!!!!!!!!!! Concordo e é isso que faz mover esses umbiguinhos, uns armados em carrascos e outros em vítimas. Mas há quem ache que não tem umbigo e considere que está muito longe do macaco.
Resultado da soma: é triste também*



* ver post Multatuli

terça-feira, novembro 14, 2006

Orçamento: tesouras, rosas e motoserras

Esta dá, apesar de ser muito delicada


Fonte: celebrate.com.br

Uma tesoura de peixe também serviria mas esta invenção tripla é melhor...


Fonte: raven


No entanto, para o efeito desejado pelo diligente governo do país no abate do monstro, é de escolher esta, sem margens para dúvidas até porque é bem mais "tecnológica":


Fonte : cantinho dos bixitus

sexta-feira, novembro 10, 2006

E o Estado parou?

Somos assim, a tibieza, o medo e a pequenez está-nos no sangue... Hoje, agora, a oportunidade de mostrar a todos que o Estado é necessário... e, no entanto, muitos, diligentemente, comparecem ao servicinho. Alguns, na educação sobretudo, esperando que os blocos estejam fechados com a greve dos funcionários, assim não se trabalha na mesma e não se desconta no salário. Somos assim também. Os mesmos que estão indignados (e com razão) são capazes de assim fazer. E quem manda sabe disto por experiência própria, porque assim também já fez, porque já torneou obstáculos oportunisticamente, podendo agora fazer discursos demagógicos, sem problema, estão também a arranjar maneira de se manterem no poder, não interessa como, não interessa o seu currículo anterior, que interessa isso? A ética já foi... já não é necessária, até porque a ética não é rentável portanto esmaga-se já. A ética há muito foi considerada excedentária por quem dirige o Estado e obviamente o sector privado não está disposto a absorvê-la já que dela não precisa. Honra seja feita, no entanto, aos muitos funcionários que apesar de tudo e muitas vezes prejudicando-se na sua carreira sempre a honraram e aos empresários que ainda a honram, poucos, como imagino, e pouco rentáveis, calculo também, já que têm de competir num ambiente de sacanice e oportunismo desenfreados!

quarta-feira, novembro 08, 2006

Défice, cortes orçamentais, invejas e ódios- who cares?

Folgo em saber que há mais gente que compara este estilo de governar ao do governo nazi. De facto, senhores do governo, vocês deram o tom, infestaram a atmosfera com a filosofia nauseabunda de que o não rentável deve desaparecer, de que não deve sobrecarregar os que "produzem", os "rentáveis". Inquinaram as relações inter profissionais deste país, tornaram mais pequena a gente pequena deste país, fizeram da inveja e do ódio a principal motivação para os apoios de que precisavam e precisam para continuarem a agenda neoliberal agora em voga por toda a Europa!
Os mais velhos , os deficientes, os funcionários de serviços públicos-que não são produtivos pela simples razão de que pertencem aos sectores até agora considerados dos bens não comercializáveis, como são a educação e a saúde - todos eles apontados como os párias, os culpados da situação. Foram vocês, não foi a última coligação governamental PSD/CDS de Santana Lopes, que tentou também, mas não teve tempo. Não, não foram eles, foram vocês! Vocês tentaram convencer o povo empregado no sector privado de que ele "à que era/é produtivo"(1), e que os trabalhadores do sector público eram/são "uns párias, uns chulos", nem mesmo deveriam considerar-se "povo português". Foi isso que disseram, é isso que dizem, foi isso que fizeram/fazem pensar, usando a repetição à la Goebbels: senhores do PS foi isso que fizeram, é isso que fazem!!!!!!!!!!!!!!Entretanto alegremente, os maus gestores da coisa pública, de " institutos" vários por aí, politécnicos sobretudo mas não só, continuam gestores das chafaricas que dirigem, distribuindo cargos aos amigos medíocres -estes agora estão todos de fileiras cerradas, à volta do seu benfeitor, seriam muito bem capazes de suportar os Pol Pot deste mundo, falta-lhes apenas o contexto nacional, que lhes não é ainda favorável, para fazerem desaparecer fisicamente pessoas que os incomodam, tentam no entanto matá-los civilmente, tornando-os redundantes, perseguindo-os até ao despedimento(2). A esses "gestores" chamam-lhes "presidentes" e nada lhes acontece sobretudo se forem do PS ou se fizerem constar que o são, ou se conseguirem convencer o ministro da tutela da excelência da sua gestão e das instituições que dirigem, excelência que não têm nem nunca terão, precisamente porque são incompetentes e abusadores dos cargos que ocupam, promovendo alegremente os piores e desprezando os melhores ou perseguindo-os na mira de deles se livrarem!!!!!!!!!!!!! Que lhes interessa se ao fim de cinco ou dez anos o Estado tiver de pagar indemnizações a essas pessoas cuja vida profissional foi destruída? Não são nunca esses senhores gestores a pagá-las pessoalmente, do seu bolso. As indemnizações saem do mesmo saco : os impostos, e como ninguém sabe, essas coisas ninguém denuncia, os jornalistas só vão farejar coisas picantes, who cares????????


Notas
(1) Quem serão esses "produtivos", o que será rentável , e o que de novo se produz em Portugal é outra história que me não ocupa aqui e nem pensem que aqui vão encontrar algo sobre isso alguma vez , há quem viva e singre copiando as ideias dos outros sem ao menos fazer referência ao plagiado como mera fonte de inspiração!

(2) Estão aqui ausentes siglas de partidos, não significando que considere inocentes os não mencionados. A escola de alguns desses gestores, a cartilha que os formou é muitas vezes a cartilha estalinista, do PCP e de outros, cartilha e prática cuja eficácia e tenacidade na perseguição de quem não "convém" é também conhecida! Ai é? Está a pensar que defendo que acabem os partidinhos e a política? Desengane-se! O que eu acho é que os partidos são apenas mais uma arena mas nunca a única onde as pessoas de bem, com uma coluna vertebral, coerentes com uma ética intrinsecamente humanista podem e devem marcar a sua posição mesmo que tenham que sofrer a claustrofobia do "quadrado" de que falava Alegre quando o deixaram só. A coerência total é o nazismo, não é possível ao ser humano mas não exageremos na cobardia e no chafurdar na lama como estratégia de sobrevivência, não é fácil ser-se santo mas marcar posição encoraja-nos e permite-nos não fugir do espelho de nós e incentiva outros a não esmorecer, a continuar a defender alguns valores universais como única base de sustento possível para a forma de organização social a que chamamos democracia!

sexta-feira, outubro 27, 2006

Corporações e subsídios para a guerra civil fomentada pelo Governo da República

Embora difícil de acreditar, há muita gente por aí defensora da redução drástica dos funcionários públicos e que toda a vida o foi ou mamou das empresas públicas ou foi e é delas "consultor". Essa gente aplaude o governo no seu frenesi de cortes nas despesas com o funcionalismo. Então são sempre os outros que estão a mais? Vossa Ex.a não? Será V. Ex.a excelente? Foi V. Ex.a também avaliado/a criteriosamente pelos resultados obtidos?
O Reino Unido e muitos outros consideraram há muito o funcionalismo da educação, por exemplo, como fora do Estado, os profissionais da educação não são considerados funcionários públicos. É que, de facto, trata-se de um serviço que pode ser prestado a nível privado: gostaria até de ver o que aconteceria se tudo fosse privatizado, ou seja, todos esses hominídeos que chamam corporações aos grupos profissionais que têm um discurso próprio, devem agora muito dinheiro ao Estado pela utilização dos serviços públicos, uma vez que há muitos colégios que apenas sobrevivem por terem bons professores que acumulam umas horas com a escola pública e que, de outra maneira, não aceitariam o negócio. Se os tivessem que contratar em pleno talvez tivessem que pagar ainda mais do que o Estado, dado o risco do desemprego passar a ser internalizado pelos professores. Paguem, meus senhores, paguem e vejam os colegiozinhos a contratar professorzinhos ignorantes mas baratinhos. O mesmo na saúde, as clínicas privadas têm do melhor porque esses senhores doutores que dão o nome à clínica trabalham ou trabalharam no hospital público onde estava o equipamento e onde estavam e estão as equipas completas que permitiram a esses barões terem o nome que hoje têm. Façam isso, mas avisem os funcionários, dêem-lhes o tempo a que têm direito para corrigirem trajectórias de vida, é que essas pessoas estão na faixa etária dos 45-50 e mais. Anuncia-se ameaça-se o funcionário anónimo para depois surgir a lista de chofre e sem pre-aviso. Trata-se de cidadãos não de delinquentes!!!!!!!!!!!!!!!! Meus senhores, estão a criar uma situação social explosiva e falta-vos ainda montar as S.S. e a Gestapo, que já existe, mas está ainda muito desorganizada.
A Odete esteve bem num debate com um qualquer desses, de que não retive o nome, nem estou interessada por ora em saber. Vai sair-vos bem mais caro o negócio da privatização do risco social, paguem depois também às polícias privadas para esmagar o exército de esfomeados ao qual se juntarão os humilhados e ofendidos.
E quanto aos que defendem a privatização parcial do risco social na segurança social, como pensam obrigar as pessoas a fazerem poupanças com o dinheirinho que não entra nos cofres do Estado? E se as não fizerem? É o Estado uma vez mais que os irá salvar da "miséria" na ponta final da vida? Com que dinheiro? O meu? O dos meus filhos? Não tenho aqui à mão um desenho adequado para ilustrar a resposta. Um só comentário final: Heil!

N.B. : Tenho que explicar em língua universal o meu uso frequente deste “heil”

When neoliberalism needs a socialist party to carry on its agenda, when a government is leading frustration and anger of the people and foccusing that anger on a social group- the civil employee- then I feel the right to compare those “socialists” with the “national-socialists” of Germany in the late thirties and early forties. Sorry if I offend some genuine socialists, but I can't hear your voice anywhere, the media are already controlled but the parliament is still functioning, as far as I know there was not a big fire there !!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, outubro 26, 2006

Défice e "excedentes" ou como é fácil governar em Portugal

Como é possível que tenham que ser os deputados a fazer as contas dos cortes para chegar a uma aproximação daquilo que poderá vir a ser uma grande opção de "pre-despedimentos" em massa na função pública! Agora é assim? Não se tem que explicar tudo, rubrica a rubrica, no Parlamento, para fazer aprovar o orçamento? Basta ter maioria e já está, é assim agora? É espantoso como eles são medíocres e pensam ser grandes reformistas! Como é fácil cortar muitos milhões na massa salarial, logo se vê, dizemos que os mandamos para a pré -reforma, eles ficam esperançados, afinal não é ainda a câmara de gás, e deixam-se ir docilmente para o matadouro, dizemos que é só um duche!!!!!!!!!
Heil!

terça-feira, outubro 17, 2006

Se concordarem comigo, temos acordo, se não, farei o que entender

Disse o governo, antes da negociação final com os professores. Boa! O V. ídolo de bigode não diria melhor, claro que em Alemão soará bem melhor (vou saber como se diz, mas agora não tenho vagar). É, de facto, um bom começo para "negociar", a ver se percebem de vez quem manda. Mas não, não vinha falar dos professores e do coro de asneiradas que por aí se tem dito e escrito sobre uma profissão de alta complexidade que todos pensam conhecer só porque todos passaram pela escola ou porque todos têm um filhinho que já há muito não controlam e que despejam nas escolinhas para que os professores o aturem durante o dia . Isto de ser só o dia de semana está mal, não se percebe porque se não inventou ainda uma maneira de obrigar essa raça de malandros a tomarem conta da criançada nos fins de semana, nas férias e também à noite para que os meninos não vão para os bares e discotecas gastarem-nos o taco! Nós, os papás encontrámos uns bons idiotas que têm espírito de missão, infelizmente esses idiotas, convencidos de que a missão é complexa e dura, também ganharam a mania de que deviam ter regalias. Senhores do governo, estão a trabalhar muito bem, que esses gajos já se andavam a recusar a dar nota para passar à nossa mui polida prole e a negar-se a aturar as suas naturais “infantilidades” que até agora chamam de “violência”, quando se está mesmo a ver que são apenas agressões verbais infantis, sem importância nenhuma, os meninos cá em casa também nos chamam nomes, são crianças, mesmo com 16 e mais anos não deixam de ser criancinhas, coitadas, precisam de ajuda, como diz o Sá! Onde é que já se viu, recusarem a razão de existirem, eles servem para isso, os profs, qual transmissão de conhecimentos qual nada, o meu filhinho aprende muito bem na Internet, escreve lindamente quando copia da net, e o raio da prof a embirrar com ele! Ponha-se na ordem essa corja que só mama o Estado! Estudem-se formas de os obrigar a organizar e vigiar meninos em colónias de férias qu’a gente temos um emprego a sério e precisamos de gozar as férias descansados sem a pequenada atrás com as suas normais birrinhas!
Mas eu vinha falar de estilos de governação e acabei a falar dos profs. Voltemos ao essencial, a coisas mais sérias. Muitíssimo bem, está-se no bom caminho, ensaie-se esta forma de gerir no Estado, deixem-se os ditadorezinhos mostrarem quem manda, estabeleça-se esta filosofia de gestão também nas escolinhas básicas e secundárias, deixe-se grassar o clientelismo mais mediocrizante e mesquinho, fomente-se o comadrio (não é erro ortográfico, é mesmo isso, comadrio, diz mais esta palavra sobre o ambiente geral entre colegas, homens ou mulheres, que decorre deste estilo, do que “compadrio” ) estimule-se a bajulice e esmaguem-se as vozes discordantes dos "conflituosos que não deixam o governo e os senhores gestores trabalhar", calem-se de vez aqueles que têm o terrível defeito de usar o cérebro que o criador lhes deu e, pior ainda, de expressar em alta voz, em reuniões de decisão, as conclusões resultantes desse uso...
A seguir, também no sector privado, vingará este magnífico estilo de gestão, que embora muito antigo, se auto-apelidou de "moderno": só falta a prisão política e a polícia nas empresas! A modernice vem daí, a polícia não é precisa, o medo à polícia está dentro da cabecinha das pessoas, é herança de Salazar e, como muito bem se leu recentemente no Abrupto, o terror do conflito é a herança que deixou o ditador… a prisão política não é precisa, o medo do desemprego e de não singrar na carreira chega por agora, funciona lindamente!
Este "contexto social" é, aliás, um dos critérios do Banco Mundial para estabelecer o ranking da "competitividade", a "autoridade"- a facilidade de despedir quem incomoda com as “manias” de que a lei deve ser cumprida é um dos aspectos básicos da "flexibilidade do mercado de trabalho". Aliás, esta forma de gerir é, de facto, o estilo de muita gente bem colocada e que, claro, faz constar das suas ligações à esquerda e ao partido do governo. Há um caso paradigmático, bem colocado na gestão dos politécnicos, que nem um mestrado tinha quando acedeu ao lugar de gestão, e que, sem qualquer curso de economia ou gestão e nem mesmo de engenharia, disse coisas avulsas a respigueito –não é erro, é a contracção de “respiga” com “eito”- do contexto empresarial nacional, tecendo glosas aos critérios do BM que mal conhece, para poder escrevinhar umas “palavras com liberdade". A liberdade que ele usa para sanear os que o não bajulam. E disto há infelizmente muito por aí! Tal como havia na Alemanha nazi, é sabido como muitos medíocres se libertaram dos obstáculos à sua carreirinha que alguns (de facto, muitos) professores judeus brilhantes constituíam e cujo único crime foi precisamente o facto imperdoável de não serem medíocres como os que os denunciaram e que deles alegremente se libertaram! Claro que estes nada disto conseguiriam sem as suas ligações ao poder nacional-socialista que por sua vez nada era sem os seus apoiantes difusos interessados em usar atalhos para singrar à custa do esmagamento de colegas melhores que eles…
Sobre o tal (que aqui fica como exemplo apenas) veio a constar recentemente, que saiu doutorado há pouco tempo por artes mágicas, talvez tenha apresentado o seu livreco, colecção do que tem escrevinhado em jornalecos locais a respeito de como se devem dirigir politécnicos públicos. Talvez tenha acrescentado em anexo os seus mui doutos e imparciais actos administrativos, cuja isenção já vem sendo conhecida na praça, a ilustrar como tem vindo a garantir a liberdade de expressão e os direitos humanos em geral, sobretudo o da não discriminação na instituição que dirige.
Esperemos que o Sócrates faça o mesmo, aproveite o tempo em que está primeiro ministro e peça equivalência ao doutoramento, submetendo uma colectânea de discursos a uma chafarica universitária qualquer que lhe branqueie eventuais balelas demagógicas de senso comum barato, que lhe dê o grau , não honoris causa, isso não vale, um a sério, coitado do homem, também merece, até não escreve mal: embora não seja científico o seu discurso, vamos lá, até soa bem e mete tecnologias em cada frase! Ele que junte os decretos-lei que aprova em conselho de ministros, em anexo, claro. Vamos lá, senhores professores das Universidades, sejam bonzinhos que nunca se sabe se não haverá frutos a colher dessa bondade, dêem-lhe também um grau em gestão ou mesmo engenharia, sempre é a sua área, e é pessoa convicta do que diz e frequentemente brilhante a falar, sempre merece mais que o tal!

quinta-feira, outubro 12, 2006

Párias, sanguessugas e tiros no pé

Abusem, espezinhem, chamem-lhes párias, chulos, sanguessugas, depois de uma vida inteira de trabalho, tantas vezes com horas e horas extraordinárias nunca pagas nem mesmo reivindicadas, no local de trabalho ou em casa e de tanta "carolice"...Mandem-nos tomar conta de velhinhos, obriguem-nos a dar aulas nas prisões, forcem-nos a transformar as escolas em prisões soft, infantilizando e desresponsabilizando ainda mais os nossos jovens, enviem-nos depois a limpar ruas e latrinas, façam isso tudo, a nossa dita opinião pública pode sempre tornar-se tão douta como era douta a opinião pública da Alemanha dos anos trinta: há que castigar os culpados e eles foram já identificados - os funcionários públicos, a maior parte deles, professores e médicos, colocados por concurso nacional nas escolas e instituições de saúde públicas*. É isso que lhe dói, à opinião pública, é que eles entraram com um diplomazinho que a maioria do mui douto público não tem, e sabendo que a nossa muitíssimo esclarecida opinião média, sobretudo a que fala nos fóruns das rádios e nos cafés deste país, já vai sendo de uma geração que não tirou o diploma mais porque não conseguiu do que porque não podia economicamente, percebe-se bem o mecanismo psicológico de tanta fúria contra os professores, os técnicos superiores dos ministérios e os médicos, que são de facto factura pesada no orçamento de Estado. Se os podemos pôr a trabalhar de graça, para quê pagar-lhes? Façam a seguir campos de trabalhos forçados como os da vossa saudosa Alemanha nazi, senhores deste governo, achais então que descobristes a pólvora, elegendo um bode expiatório! Meus senhores, pagai direitos de autor aos sobreviventes e herdeiros da boa tradição nazi e juntai nacional com tracinho antes do nome do vosso partidinho e ficará tudo coerente!
Belíssimo trabalho! No entanto, a eleição do empresário médio português como o novo tipo de herói e modelo a seguir não foi ideia assim tão brilhante, correu um pouco mal, dados os resultados de um estudo recentemente publicado a respeito da excelência da gestão do nosso sector privado! Claro que eles, os gestores do privado, não são excelentes por culpa de quem, de quem,..vejam lá se adivinham... do Estado, claro, desse Estado do qual o nosso dito "sector privado" tem sido ao longo destas décadas, uma verdadeira sanguessuga, dependente da corrupção deste e daquele, contando com o subsídio para isto e para aquilo, pressionando câmaras, governos e parlamento para legislar ou decidir a seu favor, mendigando apoios para cobrir riscos que deveriam correr por conta própria e o mais que sabemos, ou deveríamos saber, a respeito da apropriação privada da coisa que deveria ser pública por definição.
Senhores e senhoras decisores/as, ignorantes e medíocres, estudem História recente deste país (o século XX, para começar,talvez só o pós-guerra para não cansar muito): perceberão que tem havido e se mantém uma promiscuidade enorme entre o sector chamado "público" e o sector dito "privado" e que não convirá muito a este último abusar da ideia de que o Estado é o papão ou o monstro a abater! Cuidado com o pé ao carregar a arma!

*Claro está que me refiro aos concursos públicos nacionais, de médicos e de professores, com regras transparentes, com editais claros e gerais e não incluo portanto as paródias de concursos públicos que grassam por esses politécnicos fora!