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segunda-feira, março 10, 2008

Manif 8 de Março

Pois parece que sim, perceberam a mensagem , era também pela defesa da liberdade. O ministro dos assuntos parlamentares vem falar de passados anti-fascistas e anti-comunistas e tudo assim misturado, fica esquisito e falou em Soares e mesmo em Alegre, calcule-se.
No domingo, Marcelo Rebelo de Sousa corrigiu. E disse coisas interessantíssimas. É sim, senhor professor, é óbvio que uma classe assim, como mostrou ser na rua, não vai na segunda feira implementar o modelo da senhora ministra. Embora haja coisas esquisitas em algumas escolas. Escolas do ensino público pago pelos contribuintes, não estou a falar na escola estalinista onde foram formados muitos dos fiéis à clique autista no poder. Para esses, vale tudo e são bem capazes de ir implementar o modelo se tiverem o poder de o fazer. Apesar de saberem que a esmagadora maioria dos colegas estiveram de corpo e/ou alma na manif.

quinta-feira, julho 19, 2007

Texto de Nogueira

O email de cadeia tinha a informação de que os jornais têm o texto, esperemos que publiquem.
Foi difícil reduzir e mudar o tipo de letra e lembrei-me do tempo em que havia umas folhinhas pequenas,deixadas nas casas de banho por mão incógnita, com tipo pequeníssimo, algumas feitas em stencil, e as líamos à socapa...
É pena que grande parte desse medo tenha sido instigado pelos próprios sindicatos, a adesão ao concurso a titular resulta disso em parte.

Um texto de Mário Nogueira a circular por email

CHEIRA AO MEDO DO “ANTIGAMENTE”…
O actual governo, presidido por Sócrates, é violento. Não como outros que o foram antes. Quem não recorda, por exemplo, a violência cavaquista patente, pelo menos, em dois momentos inesquecíveis em que colocou na rua a polícia para reprimir manifestantes: uma vez, no tão célebre quanto triste episódio dos “secos” e “molhados” em que a polícia carregou sobre a polícia; outra vez foi a repressão na Ponte 25 de Abril contra quem contestava o aumento das portagens.
Era a violência física usada para que não restassem dúvidas sobre o poder de quem o detinha. Uma violência que, dada a visibilidade, chamava outros ao protesto nem que fosse para contestarem a própria violência. Contestar, na altura, custaria, quanto muito, o susto de ter de fugir à polícia, mas, para isso, bastava um pouco de argúcia e alguma preparação física.
Hoje é diferente. A polícia não actua da mesma forma. Mostra-se ao longe, identifica (de preferência sem dar muito nas vistas), anda à paisana e usa câmaras de filmar. Porém, embora a polícia se mostre menos, a violência existe talvez mais perversa, pois não deixa nódoas negras na pele. É a outra violência, a que sem deixar marcas exteriores ainda dói mais, aquela que semeia o medo e, dessa forma, contribui para que atinja os seus objectivos quem dela se serve.
Casos com o da DREN/Charrua, o da ex-delegada de saúde de Vieira do Minho, o do autor do blogue Portugal Profundo, as ameaças aos potenciais aderentes à Greve Geral ou o fortíssimo ataque que está a ser movido ao movimento sindical e aos seus dirigentes são sintomáticos do tipo de violência que procura instalar-se e que contribui para a generalização do sentimento de medo.
É o medo de falar, de dar a cara, de denunciar publicamente, de dizer as verdades, de protestar, até de comentar criticamente nem que seja à mesa do café. Sim, porque agora há, de novo, os bufos. E os bufos podem estar na mesa do lado, na secretária em frente, na esquina da rua… bufam para se prestigiarem diante do poder e, talvez assim, garantirem um bom futuro, apesar da sua mediocridade. E é neste caldo de cultura que vai crescendo o medo. O medo do processo disciplinar, do sinal vermelho no registo biográfico, do traço azul no texto, do esfumar da progressão na carreira, de perder o emprego e, assim, a casa, o carro, o futuro dos filhos…
Sócrates há dias, com o seu ar presunçoso, sorria junto de quem o contestava e, para as câmaras da televisão, informava o país de que era um “político democrático”, não fosse o país ter disso dúvidas. Mas será democrático o líder de um governo que fez regressar ao país a intolerância política, o delito de opinião, a violência que semeia o medo?!
Evitar que o medo se instale de vez é exigência que se coloca a todos os que acreditam nos valores democráticos. Nestas circunstâncias, lutar contra o medo não é só um direito que nos assiste, é um dever que se impõe a todos nós. É necessário que, sem medo, enxotemos os ditadorzecos que certas conjunturas promovem. Políticos que, ilegitimamente, abusam do poder que legitimamente conquistaram. São os salazarentos deste início de século XXI, sapato de verniz em vez de botas, que nem marcelentos merecem ser considerados.
Desconheço se um dia cairão de alguma cadeira, mas do poder tombarão sem glória, pois apenas os heróis são glorificados pelo povo. Quem ataca e fere os que menos têm e menos podem, jamais merecerá glória. Desses, o povo costuma dizer que “Deus nos livre deles!”, mas depois é o próprio povo que perde a paciência de esperar a intervenção divina e deles se livra. Estou convencido que será assim de novo…
Mário Nogueira, Professor, Coordenador do SPRC e Secretário-Geral da FENPROF

quinta-feira, julho 12, 2007

Censura? Não que ideia!



Um dos documentos foi retirado de João Madeira, Luís Farinha, Irene Flunser Pimentel (2007), Vítimas de Salazar, Esfera dos livros, Lisboa, o outro do último blog a ser processado Inapto (do jornal a voz das beiras). Descubra o leitor qual é qual. Este novo caso de censura, soube-o por um dos blogs que leio regularmente. Fica o agradecimento geral a todos quantos, apesar das ameaças, vão dando notícias ao vento que passa.

A semelhança entre os dois documentos será coincidência?

sábado, julho 07, 2007

Porcalândia: o governo dos lobbies com baba

Lobbies do Governo da Porcalândia:
-o sector "empresarial" todo que se baba pelo paraíso da flexi-insegurança.
-sectores empresariais vários que se babam pelos subsídios da união europeia.
-sectores empresariais vários que se babam pelos domínios exclusivos do Estado para as abébias da concessão exclusiva.
-sectores empresariais vários que se babam pelo espaço resultante da retirada do Estado da sua função social na saúde e na educação.
-empresários que se babam pela sacrossanta declaração de "interesse público" para poderem rebentar com o que resta de território protegido.
-capitalistas puros que se babam pela bolsa-casino e off-shores associados.
-amigalhaços de lides partidárias que se babam pela manutenção dos tachos resultantes do assalto do Partido ao aparelho de Estado, da administração central à local não esquecendo as empresas municipais, os politécnicos e institutos públicos vários.

Os governados que se insurgem são apelidados de lobbies, corporações, grupos de pressão, grupos de interesses corporativos, forças de bloqueio, obstáculos ao desenvolvimento- pelos jornalistas-cães-de-fila da propaganda à la Goebbels do Partido Único do Governo da Porcalândia.

sexta-feira, julho 06, 2007

Direito à revolta e à procura da felicidade

In Congress, July 4, 1776

"The unanimous Declaration of the thirteen united States of America

When in the Course of human events, it becomes necessary for one people to dissolve the political bands which have connected them with another, and to assume among the powers of the earth, the separate and equal station to which the Laws of Nature and of Nature's God entitle them, a decent respect to the opinions of mankind requires that they should declare the causes which impel them to the separation.

We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness. That to secure these rights, Governments are instituted among Men, deriving their just Powers from the consent of the governed, — That whenever any Form of Government becomes destructive of these ends, it is the Right of the People to alter or to abolish it, and to institute new Government, laying its foundation on such principles and organizing its powers in such form, as to them shall seem most likely to effect their Safety and Happiness. Prudence, indeed, will dictate that Governments long established should not be changed for light and transient causes; and accordingly all experience hath shewn, that mankind are more disposed to suffer, while evils are sufferable, than to right themselves by abolishing the forms to which they are accustomed. But when a long train of abuses and usurpations, pursuing invariably the same Object evinces a design to reduce them under absolute Despotism, it is their right, it is their duty, to throw off such Government, and to provide new guards for their future security — Such has been the patient sufferance of these Colonies; and such is now the necessity which constrains them to alter their former Systems of Government. — The history of the present King of Great Britain is a history of repeated injuries and usurpations, all having in direct object the establishment of an absolute Tyranny over these States. To prove this, let facts be submitted to a candid world."

Nota: texto destacado por mim

Foi esta semana o Independence Day e não queria deixar de saudar o grande dia dos EUA, é só isso, mais nada, longe de mim pensar na subversão quanto mais escrever a instigá-la...ui ui... dizer umas coisinhas críticas ainda vai mas nada de revoltas e até as coisinhas críticas só na esquina do café com menos de 2 amigos que três já é proibido e dentro do café nem pensar que pode haver um bufo a ouvir e a mandar sms aos directores gerais (e por aí acima)...


domingo, junho 24, 2007

Disclaimer, Caldeira, Charrua e Lords of the Flies

Fiz um disclaimer geral no header do blog. Assim, não tenho que repetir vezes sem conta a mesma palermice no disclaimer em cada post.
Deus proteja e multiplique pessoas como o Caldeira autor do blog
Do Portugal Profundo. O texto sobre o que aconteceu na última vez que a polícia invadiu a sua casa (e a da família próxima) é arrepiante. Ele diz "desta vez não". A mim quer-me parecer "ainda não".
O caso Charrua foi mediático, todos souberam. Mas há mais vítimas dos tiranetes do PS, pessoas que não quiseram ir aos media, que calaram e estão desempregadas, despedidas pelos lords of the flies do PS que mandam em muitos politécnicos dos quais o caso da virtual cidade chamada Airiel é paradigmático (para os ignorantes em literatura, muitos deles engenheiros: lord of the flies- vão ver na net e leiam o livrinho, mas eu ajudo- o lord era uma cabeça de porco mal cheirosa e cheia de podridão por dentro e muitas moscas por fora cirandando à sua volta ) .



Disclaimer (repito hoje aqui no post mas é a última vez)
Tudo isto que acima escrevi, claro, me quer parecer no meu mundo ficcionado, não quer dizer que se refira a Portugal. Nem mesmo se confirma que o dono do IP se reveja neste conteúdo. Estamos no domínio da literatura, único lugar onde podemos ainda ter liberdade de expressão de opinião quanto a figuras públicas virtuais no poder, de cima ou intermédio, ou seja os virtuais Pol Pot. Podem vir buscar o computador . Mais declaro que não tenho relação funcional, ou qualquer vínculo a qualquer politécnico real ou virtual. Mais acrescento que a minha licenciatura é de Economia mas posso fazer incursões na literatura. Nada me impede, por enquanto.

sexta-feira, junho 15, 2007

Aviso à canalhada prepotente

Nunca como agora o cidadão esteve mais desprotegido contra a prepotência, agora é que é bom mandar: com a TV, a publicidade e o marketing é outra coisa, o Salazar não tinha era TV, se tivesse nem precisava de polícia- pensam os tiranetes com os seus botões- os ditadorzecos - esses que mandam um pouco por todo o lado- não, não estou a atacar qualquer membro do governo mas cada qual que enfie a carapuça que melhor lhe convier .
Julgais mesmo que agora é que é bom mandar? Por quanto tempo?
Porcos medíocres, muitas das vossas várias vítimas ainda vivem e bem mais felizes do que vocês alguma vez serão capazes de ser e continuam a pensar, ou seja continuam vivas (apesar de vocês), falam com muita gente e têm memória.
Prepotentes cretinos, medíocres tiranetes, canalhada invejosa em posição de prejudicar terceiros: não esqueçam nunca este facto.
Enganai-vos quanto a Salazar. O ditador tinha razão quanto aos verdadeiros opositores de um regime: tereis sempre que os encerrar nas masmorras ou afinfar-lhes um tiro na nuca em plena rua, para os calar definitivamente, para não terdes, mais tarde ou mais cedo, de os encarar de frente .
E os vossos verdadeiros opositores são, antes de mais, a nobreza de carácter, a honestidade, a inteligência, a excelência -no sentido de exigência de rigor e qualidade, a excelência cuja demanda fingem ser o vosso supremo objectivo e a qual temeis mais do que tudo o resto já que sabeis que por ela serieis depostos de uma penada .
Quantos papalvos e por quanto tempo pensais poder enganar com a vossa retórica oca?

Disclaimer (agora tem que se fazer uma coisa assim parecida, aprendi no portugalprofundo mas a minha é diferente).
Tudo isto que acima escrevi, claro, me quer parecer no meu mundo ficcionado, não quer dizer que se refira a Portugal. Nem mesmo se confirma que o dono do IP se reveja neste conteúdo. Estamos no domínio da literatura, único lugar onde podemos ainda ter liberdade de expressão de opinião quanto a figuras públicas no poder.

sexta-feira, março 30, 2007

O abrupto, mirins e ditadores

De vez em quando há que ir aos "grandes" blogs. Para estar por dentro dos acontecimentos na blogoesfera. O abrupto no seu melhor paternalismo: então há por aí na blogoesfera uns malandrões a atacar a Odete? E avança Pereira na sua defesa.
Pois é, está-se sempre a aprender. Tive que ir ao dicionário. Não, confesso, não sabia o que era "mirim". "Mirim" quer dizer pequeno. Fiquei esclarecida quanto ao significado e quanto à origem da palavra que vem da língua tupi dos índios do Brasil. É bom enriquecer a língua portuguesa, que todos sabemos ser muito pobre em adjectivos. Quanto a Odete, se ela é assim tão boa como diz o Abrupto , não ocorrerá a P. Pereira que não precisará de defesa? Não lhe ocorrerá que às vezes o paternalismo é a pior forma de machismo? Digo desde já que não me ocorreu criticá-la mas já que se fala nisso, não gosto nada da forma gingona com que fala, nem fiquei nada bem impressionada com a pastilha ou lá o que era que mascava ao mesmo tempo que falava na defesa do seu ídolo, Álvaro Cunhal, acho até que o próprio não aprovaria aquela forma de estar. Mas não vinha falar disto, mas de uma certa forma de estar na blogoesfera. De facto, também acho horrível o baixo nível e o insulto, mas a blogoesfera é, também, o lugar onde muitos portugueses escrevem livremente e se confrontam com a presença do outro, do outro que não se pode eliminar e isso é sempre bom. Se houver um concurso de correcção na língua portuguesa ou na imagem, ou noutro critério qualquer, então sim, haverá necessidade de um júri. Achei o tom de Pereira tão paternalista em relação aos seus conterrâneos criticadores da donzela, que me pareceu também mirim...
Pena ele não vir aqui ver o post da manhã seguinte ao concurso de misters da RTP , tenho a certeza de que não aprovaria e também me chamaria mirim. Devo dizer que foi a primeira vez que usei uma imagem de nível duvidoso, mas não me arrependo, foi proporcional à fúria e na minha busca de manguitos fiquei a saber que a escultura existe mesmo, tendo provocado reacções quando foi exposta nos states.
Aproveito para acrescentar que acho que a História, se entretanto não desaparecer enquanto ciência, julgará , dirá se este indivíduo ou aquele foi mirim ou não, explicará por que razão há uns mirins que se tornam importantes sociologica e historicamente numa determinada altura enquanto noutra seriam completamente ignorados. Mas quanto às consciências, eu acredito que só o criador as poderá julgar e apesar da minha fúria contra os ditadores deste mundo, não acho que eu os possa julgar depois de mortos, se escaparam aos tribunais dos homens- o de Nuremberga por exemplo, que deveria ter prolongado as suas actividades para julgar os apoiantes de Hitler entre os quais se conta o "prestigiado" financista Salazar, e já agora também, os crimes de Estaline- quem sou eu para julgar quem quer que seja, mesmo monstruoso, depois de morto? Sou demasiado mirim para o fazer, mas como acredito que há um dia e uma hora em que teremos todos de prestar contas, essa hora já soou para eles e o cajado já não me pertence, sai fora da minha esfera de competências. O julgamento dos homens pode fazer-se a título póstumo, claro, mas será sempre isso mesmo, o julgamento dos homens.
Pois é, alguns mirins acreditam em Deus.

quarta-feira, março 28, 2007

Ainda o barómetro de uma certa mentalidade

Artigo interessante de Paulo Guinote:
http://educar.wordpress.com/2007/03/26/a-vantagem-evidente-do-incumprimento-dos-programas-de-historia/

link para a sondagem feita pela Eurosondagem/RTP (aqui o entrevistado só votou uma vez, aliás como nas eleições livres, ao contrário das eleições fraudulentas efectuadas durante o regime de Salazar) http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/SondagemGrandesPortugueses.pdf

Transcrevo por ordem os resultados

D. Afonso Henriques 21,0 %
Luís Vaz de Camões 15,2 %
Infante D. Henrique 11,2 %
D. João II 10,5 %
Fernando Pessoa 8,8 %
Marquês de Pombal 7,6 %
António Oliveira Salazar 6,6 %
Álvaro Cunhal 6,3 %
Aristides Sousa Mendes 5,9 %
Vasco da Gama 2,4 %
NS/NR 4,5 %

Não vou aqui fazer a análise, mas está aqui pano para mangas, já que estes, de facto, são resultados a tomar a sério.

Retrato social de Portugal

Talvez seja bom o pobinho verificar o que vai perder nos cuidados de saúde, é que parece nem ter reparado no que ganhou depois de Abril de 1974 ou já esqueceu. Nota positiva para a RTP, ontem, com o programa de António Barreto em horário nobre, espero que mantenha a qualidade até ao último episódio, não cedendo à tentação da propaganda do PS. Foi o programa que precisávamos depois do trauma da noite de domingo. Dados sobre a saúde dos Portugueses antes e depois do 25 de Abril, logo a abrir o programa, gostei muito.
A sensação fica de que em Portugal ainda há uma clivagem não explicitada a respeito do passado. Silenciou-se a grande fractura e ela vai saindo aqui e ali. Quem perdeu com o fim do regime anterior? Perdeu quem tinha o regime a trabalhar para si, o regime da polícia na fábrica a segurar os salários de miséria, esses que acharam que perderam eram mais do que se pensa, muitos eram pequenos empresários, não eram só as 6 famílias , na explicação simplista do PCP. Perdeu quem tinha o regime como o grande defensor das propriedades ou carreiras construídas no ultramar, o tal regime que ia enviando à força, durante 13 anos e mais não foi porque entretanto era Abril de 74, a juventude masculina a defender "o império", ou seja morrer por eles. São fracturas profundas, feridas insanáveis. A raiva sai aqui e ali no ódio mesquinho, cretino e ignorante ao outro, ao político em geral sem ver quem é quem, ao imigrante em geral, ao funcionário público em geral, ao profissional disto e daquilo que estiver na berlinda na altura e que pareça ao pobinho inbejoso estar melhor que ele, o ódio ao doutor em geral, à excepção de um ou dois eleitos para serem os doutos e honestíssimos salvadores da pátria. Ignorar esta tendência do pobinho é, no mínimo, perigoso. E há por aí um PNR agitando umas bojardas, ignorá-lo é estúpido. E vamos ver a evolução do discurso do CDS. Mas do lado dos que perderam e do lado dos que se lembram do que ganharam, a raiva às vezes tem que sair, espero que fiquemos assim, as diversas raivas de um e de outro lado expressando-se por meio da palavra, do argumento, da imagem, da caricatura, do telemóvel a votar concursos, e, claro, também por meio da manifestação pública pacífica, todas elas formas legítimas de expressão em democracia.

Espero muito interessada pelos próximos episódios de retrato social de Portugal. Espero que António Barreto mostre também isso, o contraste entre o Portugal amordaçado, acorrentado, escravizado, analfabeto e brutificado (desculpem os lugares comuns deste post, mas tem que ser) e o Portugal de hoje, apesar de tudo, muito diferente, com melhor qualidade de vida em todos os sentidos , um Portugal europeu, escolarizado (apesar de não muito) e, sobretudo, livre.