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sexta-feira, dezembro 14, 2007

Subentendidos entre membros das cliques ou "eles vivem"


"Eles", as máfias-bases dos caciques têm um forma tácita de se entenderem todos e cooperarem todos na operação limpeza: isolar as pessoas que tenham princípios éticos ou qualidade acima da média, tirar-lhes a voz chamando-as de "radicais", "sonhadores", "críticos de bancada" (isto depois da clique ter ficado com a bola e de as ter impedido de jogar , excluindo-as até da equipa de suplentes), "perturbadores do trabalho", "trouble makers", "maus-feitios" e outros mimos parecidos. "Eles" entendem-se tão bem a verem-se livres de quem lhes possa vir a fazer sombra, de quem lhes causa ou possa vir a causar alguma obstrução aos seus projectos medíocres, ridículos, mesquinhos , provincianos...sejam eles "congressos" designados de "científicos" organizados por referees que são "eles" próprios sob o guarda-chuva de um big shot qualquer doutro país que conseguiram levar à certa (ou que gosta de vir ao sol de Portugal de vez em quando).... "mostras" disto e daquilo, feiras disto e daquilo... artiguinhos que mandam para revistinhas com referees cozinhados da forma acima indicada... E é com este tipo de "provas dadas" que faz carreira chegando depressa ao topo o professor medíocre apaniguado pelo poder no ensino superior politécnico... Por que razão não fará carreira também o professorito do secundário com a organização de eventos e artiguinhos avulsos quejandos, não mais fracos de conteúdo do que muitos dos acima indicados... quem irá avaliar isso?
O mundo é "deles" e "eles vivem"... e "eles" ganham.
Quem ainda seja pessoa, coloque os óculos e reconhecê-los-á... é que eles sabem bem quem é quem, andam alerta e não precisam de óculos.
Resista se ainda tiver forças...


Nota: para quem já se não recorde do filme de Carpenter aqui está um possível link

segunda-feira, junho 18, 2007

Mário Nogueira, o Professor e JPP

Mário Nogueira falou bem hoje, na Antena 1, mas nem uma palavra sobre o concurso a comendador. Porque será? Falta de tempo? A Associação dos Professores de Matemática é mais mediática, por isso foi referida? Eu acho que era uma oportunidade óptima para explicar duas ou três coisinhas sobre o aborto jurídico chamado dec-lei 200.
Ontem, o Professor Marcelo que, pelos vistos, tudo titula, e de tudo sabe, acha que nada tem que se objectar (juridicamente) a um concurso que apenas considera os últimos sete anos da vida profissional de um professor. Grave, para ele, só a alteração, a meio do concurso, das regras do mesmo. Esse aspecto é apenas a cereja em cima de um bolo em cuja massa aparentemente fofinha se pode encontrar de tudo: limalha de ferro, pedaços de vidro partido, pregos, parafusos e outros brindes semelhantes...
Tudo para o Professor Rebelo de Sousa é simples e partilha com Pacheco Pereira a clarividência oracular. Inveja, é o que eu tenho, no fundo, eu e não só eu, todos os simples mortais, com capacidades cerebrais vulgares, todos nós gostávamos muito de ser assim. Pessoas desangustiadas e sobre-dotadas, sempre com a análise pronta e as conclusões sistematizadas e com aquele tom de quem realmente está a ver a coisa (enquanto todos os outros pouco ou nada vislumbram) é disso que o país precisa, pois talvez algum dia, se conseguirmos que fiquem quietos durante 3h debruçando-se sobre apenas um assunto, aqueles cérebros produzam algo interessante sobre um ou outro problema concreto cuja resolução dependa apenas de nós (vão sendo cada vez menos) , aqui no cantinho.
Agora digo eu que não tenho poderes oraculares mas gosto também de dar os meus palpites:
Os próximos tempos vão ser interessantíssimos, dois pândegos no governo (em pastas-chave), a presidência da UE e a presidência da Comissão. Ui ui. Este pequeno cantinho estava mesmo guardado para grandes destinos. Promete.

Disclaimer (agora tem que se fazer uma coisa assim parecida, aprendi no portugalprofundo mas a minha é diferente).
Tudo isto que acima escrevi, claro, me quer parecer no meu mundo ficcionado, não quer dizer que se refira a Portugal. Nem mesmo se confirma que o dono do IP se reveja neste conteúdo. Estamos no domínio da literatura, único lugar onde podemos ainda ter liberdade de expressão de opinião quanto a figuras públicas no poder.

quinta-feira, maio 24, 2007

Cultura de excelência actual na educação ou as virtudes da tentativa-erro




E estas tentativas na "reforma" da educação, se correrem mal, como se corrigem? Este concurso a comendador, se se vier a verificar que foi uma coisa má que deu ao ME, como se corrige ? Tiram-se as comendas aos comendadores depois de provarem o sabor do sangue? Temo que seja a desintegração irreversível de carreiras e de ambiente de trabalho saudável e cooperativo.
É assim, quando se trabalha por tentativa-erro.
É assim quando a miopia dos responsáveis tem consequências irreversíveis a médio e longo prazo!!!!!!

sábado, abril 14, 2007

"Rigor" nas habilitações para a docência ou o "Rigor mortis" da educação

E a equipa do ministério da educação continua, sem qualquer remodelação -por exemplo, se saísse Valter Lemos já seria bom, ganhava (potencialmente) a ministra em credibilidade e ganhava de certeza a qualidade e a transparência de processos no ensino não secundário.
E agora estão ai as novas habilitações para a docência- licenciaturas em ensinar, mestrados em ensinar - os créditos garantem pouco, estou preocupada, a sério, vão chegar ao ensino secundário "mestres" em ensino, com umas cadeirinhas feitas daquilo que vão ensinar. Enfim, a monodocência até ao 2º ciclo já era preocupante, agora termos professores no secundário a ensinar matemática a quem se exige uns 120 créditos em ...ensino da matemática, já é mesmo muito preocupante. Mas vale a pena ler o interminável preâmbulo, sendo o artigo 10º um primor: nele se manda às instituições de ensino superior que garantam como requisito prévio de acesso ao grau de mestre em ensino, o domínio da língua portuguesa...hihi, quer dizer, no acesso aos outros mestrados , deixem lá os meninos atropelarem a gramática e fazerem textos trogloditas, já que chegaram a "licenciados", who cares, mas para o ensino, não não, senhores professores do superior, não sejam marotos, façam o favor de verificar (se souberem como, claro) se a rapaziada "licenciada" fala protoguês ou Português antes de entrarem no curso de "mestrado" em ensino!

sábado, março 03, 2007

Bolonha ou o fim da Europa enquanto centro de excelência

Não vou aqui discorrer sobre Bolonha, quem quiser que se informe nos sites devidos. Apenas lançar um canivetezinho. Depois de Bolonha, qual a motivação para fazer um doutoramento? Ficar igual a todos os outros diplomados? Isto quer dizer que o doutoramento já não distinguirá quem está ou não capaz de produção científica autónoma. Claro que não devemos culpar Bolonha disso, Bolonha é apenas o resultado do que se tem vindo a passar um pouco por todo o lado nas universidades europeias. A falta de população discente não é problema exclusivo de Portugal, existe em toda a Europa e tem levado a excelência a recuar em favor da mediania e mesmo mediocridade, para que as universidades não tenham que despedir parte do seu pessoal docente. Muitas velhas casas de renome em Portugal, têm visto alguns departamentos ocupados com uma geração de excelência muito duvidosa, como foi, não sei, sei da produção publicada, sei de algumas teses de doutoramentos com distinção e louvor que deveriam ter apenas bolas pretas se estivessem na faculdade ou no júri alguns dos que deram o nome à casa e aos mesmos departamentos e que se reformaram (ou quase) ou já faleceram. Da mediocridade ou mesmo maldade dos politécnicos nem é bom falar, dá mau carma agora de manhã... nem é bom pensar nos doutoramentos à pressão feitos pelo pessoal ou ex-pessoal do politécnico de Leiria, os ditos da Extrumadura, digo, da Extremadura, em três anos (ele há quem tente mesmo encurtar esse prazo, dois é bem melhor) grauzinho a obter indo lá de vez em quando de excursão a expensas do Estado, sendo que os hermanos cá vêm de quando em vez, calculo que a expensas do mesmo ente... Mas não, não é bom falar!
Por outro lado, não há Bolonhas do outro lado do Atlântico, há a excelência indiscutível de algumas casas, como Harvard (pelo menos por enquanto) e mesmo ao lado as casinhas que deram e dão os mestrados e doutoramentos (conhecidos por outro nome parecido com boston)aos nossos brilhantes dirigentes do ministério da educação, que estão mui doutamente apoiando a ministra... Há o MIT que não pode brincar aos cowboys a fingir que faz e aplica ciência, o mercado sabe bem quem é quem...
Quem são os nossos Harvard? Os nossos MIT? Se por todo o lado “a má moeda tem sido bem sucedida a expulsar a boa” ? O centro científico do globo manter-se-á por longos anos do outro lado do Atlântico...

quinta-feira, novembro 09, 2006

Plágio: who cares?

Mereceria um blog este assunto. É edificante assistir ao espectáculo da banalização do plágio em Portugal, primeiro a notícia ribombante, depois a pena leve, afastamento da revistinha, depois nada, e agora um livrinho de novo e qualquer dia está no público ou no sol, navegando de vento em popa. Convidada pela TV, já depois do tal episódio, teve a lata de falar de elites, das cópias da Internet no superior e no secundário e da não valorização da Ciência em Portugal.
Et pour cause

Porque me lembrei agora daquele plágio é simples: é que já anda na ribalta outra vez e isto só vem acrescentar à inutilidade de qualquer cruzada no sentido de preservar a qualidade científica em Portugal. O necessário é fazer currículo com lixo publicado, copiado ou parafraseado sem referência ao autor. Uma pessoa pode distrair-se e não cortar as partes ipsis verbis...as outras parafraseadas podem ficar sem referência ao pensador original, isso agora não interessa nada, coisa sem importância nenhuma...*
Palavras para quê, é uma catedrática portuguesa...

Na época da cultura light, zipped & zapped, WHO CARES?
Garbish to garbish, shit to shit...
farewell old Science... hello junk "science"!
*Estou a parafrasear Clara Pinto Correia, ou aquilo que a imprensa disse que ela disse, à excepção da expressão "isso agora não interessa nada" que, como sabemos, é de Teresa Guilherme

sexta-feira, junho 02, 2006

De pé, ó vítimas da mediocridade!

Crescemos economicamente, sem dúvida, as gerações sucederam-se, usufruindo de uma existência mais folgada, comparada com a de há 30, 40 anos. Muitos mais foram à escola. Tinha que se degradar o nível? Claro que isso aconteceria inexoravelmente dado ter sido suposto que todos teriam que chegar ao mesmo ponto: tirar o diploma, o mesmo diploma. E o diploma foi correspondendo cada vez a menos. E tinha que ser assim?
Onde se fazem as clivagens hoje? Na educação, exactamente no ponto diagnosticado por Nuno Crato. Mas os defensores das pedagogias da treta, desculpem, das pedagogias românticas, que têm estado a definir a política educativa há muito tempo, que, nas escolas, apesar de serem uma minoria, têm muito poder, há muitos anos, decorrente da pior invenção da educação dita democrática, a chamada autonomia pedagógica, resolvem a questão de forma simples: o Crato? Ele é do superior não sabe o que se passa aqui… O mesmo em relação às posições de Fátima Bonifácio: muito tradicionalista, transpõe o superior para o secundário. Esses senhores (que têm retirado do sistema muitas vantagens, mas essa é outra questão…) são aliás prolixos nestes e noutros comentários igualmente científicos…

É pena!!!!!!!! Não fosse esta ministra defensora da pedagogia das “Ciências da Educação”, da pedagogia que nos vem dos famigerados mestrados de Boston, aliás conhecidos por outro nome, tivesse ela classe, tivesse ela sabedoria… ou seja, fosse ela outra pessoa e teríamos talvez a oportunidade de ouro para inverter finalmente a tendência para a degradação do capital humano a todos os níveis da sociedade …. (Gosto desta expressão capital humano, muito em sintonia com a tão ansiada empresarização da sociedade, mas tem de ser, só assim eles ouvem, doutra maneira, muitos dizem reaccionária, elitista, saudosista...e outros, percebendo apenas que o tom soa a radical – credo, tão PREC… )

Agora, é já tudo demasiado claro: é que passaram já 30 anos, os resultados estão já cá fora, podemos ver, podemos ler, temos inspectores pedagógicos, temos já mestres e até doutores dizendo e escrevendo cujos os, à em vez de há, vão haver conflitos, tem haver com, até o hadem vai penetrando no discurso desses sábios…
Mestres e doutorandos de chafaricas politécnicas – temos até IP que defendem o seu mui excelente pessoal (por causa de Bolonha, calculem, as instituições de ensino superior têm que ter muitos doutorados …) e lá vão eles, todos juntinhos a Espanha para terem os bebés, ou seja, para poderem finalmente fazer os doutoramentos que não conseguiram fazer cá no cantinho- porque vai havendo nalgumas casas alguma exigência ou porque os senhores professores licenciados querem dar aulas no superior mas não se dispõem a sofrer durante 4 ou 6 anos, querem mais rapidez, mais eficiência- em autocarros e alojamento que o contribuinte pagará…o que decorre da preciosa autonomia financeira que as escolinhas não superiores ainda não têm... O contribuinte, aliás, só tem o que merece e rapidamente sofrerá as consequências da moda do doutoramento de aviário…
Entretanto os melhores de nós (doutorados ou não) desertam ou são perseguidos e mesmo despedidos por serem perigosamente bons…
A choldra no seu melhor!!!!!!!!!!

Elites do saber, de pé!
A força bruta é demasiado grande para uma luta individual, uni-vos!
Não deserteis, lutai!