sexta-feira, junho 02, 2006

De pé, ó vítimas da mediocridade!

Crescemos economicamente, sem dúvida, as gerações sucederam-se, usufruindo de uma existência mais folgada, comparada com a de há 30, 40 anos. Muitos mais foram à escola. Tinha que se degradar o nível? Claro que isso aconteceria inexoravelmente dado ter sido suposto que todos teriam que chegar ao mesmo ponto: tirar o diploma, o mesmo diploma. E o diploma foi correspondendo cada vez a menos. E tinha que ser assim?
Onde se fazem as clivagens hoje? Na educação, exactamente no ponto diagnosticado por Nuno Crato. Mas os defensores das pedagogias da treta, desculpem, das pedagogias românticas, que têm estado a definir a política educativa há muito tempo, que, nas escolas, apesar de serem uma minoria, têm muito poder, há muitos anos, decorrente da pior invenção da educação dita democrática, a chamada autonomia pedagógica, resolvem a questão de forma simples: o Crato? Ele é do superior não sabe o que se passa aqui… O mesmo em relação às posições de Fátima Bonifácio: muito tradicionalista, transpõe o superior para o secundário. Esses senhores (que têm retirado do sistema muitas vantagens, mas essa é outra questão…) são aliás prolixos nestes e noutros comentários igualmente científicos…

É pena!!!!!!!! Não fosse esta ministra defensora da pedagogia das “Ciências da Educação”, da pedagogia que nos vem dos famigerados mestrados de Boston, aliás conhecidos por outro nome, tivesse ela classe, tivesse ela sabedoria… ou seja, fosse ela outra pessoa e teríamos talvez a oportunidade de ouro para inverter finalmente a tendência para a degradação do capital humano a todos os níveis da sociedade …. (Gosto desta expressão capital humano, muito em sintonia com a tão ansiada empresarização da sociedade, mas tem de ser, só assim eles ouvem, doutra maneira, muitos dizem reaccionária, elitista, saudosista...e outros, percebendo apenas que o tom soa a radical – credo, tão PREC… )

Agora, é já tudo demasiado claro: é que passaram já 30 anos, os resultados estão já cá fora, podemos ver, podemos ler, temos inspectores pedagógicos, temos já mestres e até doutores dizendo e escrevendo cujos os, à em vez de há, vão haver conflitos, tem haver com, até o hadem vai penetrando no discurso desses sábios…
Mestres e doutorandos de chafaricas politécnicas – temos até IP que defendem o seu mui excelente pessoal (por causa de Bolonha, calculem, as instituições de ensino superior têm que ter muitos doutorados …) e lá vão eles, todos juntinhos a Espanha para terem os bebés, ou seja, para poderem finalmente fazer os doutoramentos que não conseguiram fazer cá no cantinho- porque vai havendo nalgumas casas alguma exigência ou porque os senhores professores licenciados querem dar aulas no superior mas não se dispõem a sofrer durante 4 ou 6 anos, querem mais rapidez, mais eficiência- em autocarros e alojamento que o contribuinte pagará…o que decorre da preciosa autonomia financeira que as escolinhas não superiores ainda não têm... O contribuinte, aliás, só tem o que merece e rapidamente sofrerá as consequências da moda do doutoramento de aviário…
Entretanto os melhores de nós (doutorados ou não) desertam ou são perseguidos e mesmo despedidos por serem perigosamente bons…
A choldra no seu melhor!!!!!!!!!!

Elites do saber, de pé!
A força bruta é demasiado grande para uma luta individual, uni-vos!
Não deserteis, lutai!

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