segunda-feira, novembro 26, 2007

Gatos (fedorentos) como nós

Quando se usa um estereótipo e não é clara a desconstrução do mesmo, o resultado é o seu reforço. Infelizmente, os quatro gatos não conseguem deixar de marcar bem a sua qualidade de 4 gatos machos. Sente-se alguma misoginia mas pode ser ideia minha, deixo-lhes o benefício da dúvida. Mas esperava melhor, bem melhor, no capítulo da crítica aos estereótipos de toda a qualidade que veiculam sem saber ou sabendo até instrumentalizam para a audiência subir e o público aderir sem saber a quê : entre cá e lá, os gatos mostram unhas ao poder político mas esquecem que este se baseia em outros poderes disseminados, dos quais o marcado pelo género não é o menos nocivo- insisto neste ponto, é deprimente ver a mancha de fatos negros que alegre e mais ou menos alarvemente nos governa. E quem veste os gatos não recebeu ordens fora do padrão. Estará o leitor crítico a pensar nas brilhantes ministras? Se atentarmos nos conselheiros delas talvez esse contra-argumento me não destrua o raciocínio, embora ache que cada ministro deva ser responsável pelas escolhas dos seus conselheiros e por toda a medida tomada pelo seu ministério e também ache que nada há, à partida, de superior, na gestão feminina. Mas esta monocromia de género há-de ter as suas consequências e efeitos secundários nefastos: nisto decerto concordarão comigo os menos defensores do feminismo...

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