quarta-feira, julho 11, 2007

Titulares a mais, horas a menos

Alguns departamentos estão a ficar com excesso de titulares embora deficit de horas. Porquê , adivinhem lá porquê? Pois adivinhou bem, o deficit de horas já existia antes, já tinha empurrado alguns perus e peruas para a nobre função da gestão e aí foram acumulando os pontinhos; quem esteve na reles função de dar aulinhas (por não ter deficit de horas, felizardos) tem agora os mínimos pontinhos atribuídos à reles função de ensinar. Claro que esses titulares, habituados a mandar (à maneira deles, ninguém lhes avaliou o trabalho), podiam ir fazer o mesmo nas escolinhas que não têm titulares. Era uma ideia engraçada e de uma justiça irónica: é que de facto, não são factos independentes, a diminuição da freguesia e a qualidade do ensino ministrado ou o estilo que imprimiram à escola enquanto estiveram na gestão. E seria quase justo acontecer-lhes aquilo de que têm fugido à custa de outros (enquanto estiveram na gestão outros mais graduados tiveram que concorrer ao concurso dos destacamentos de horários zero): a mobilidade.
Que diriam os docentes das escolinhas que os tivessem que aguentar a coordenar e a avaliar? Como os acolheriam imaginamos. Não esqueçamos que o presidente do executivo não dá aulas, e o vice dá poucas mas a sua actividade dá o máximo de pontos. São essas pessoas que deram nos últimos anos uma aulinha aqui outra ali no meio dos afazeres da mui digna função de gerir a escola (à maneira deles, ninguém avaliou essa gestão) função para a qual se candidataram com a mui nobre e desinteressada motivação de escapar à mobilidade que lhes caberia a eles, são estas pessoas que vão avaliar outros professores que nunca deixaram de dar aulas e não têm motivação para peru ou para pavão e por isso não se candidataram à gestão?
Por enquanto, dá-se o fenómeno previsto: embora não pertençam aos grupos disciplinares dos quais "roubaram" as poucas vagas disponíveis no superdepartamento, já andam rodeados de uma corte oriunda daqueles e nem foram ainda empossados.
Isto é em Portugal. Na Porcalândia estas coisas também se passam mas ainda não houve tempo para a reportagem. Um dia destes sairá.

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