quarta-feira, julho 18, 2007

E não se pode dilui-los?


Erros nos exames nacionais? Mas exames, há muitos, erros graves dois. O problema, mais uma vez dilui-se. Responsáveis? Não há. A colocação da questão da responsabilidade é espúria. Há tantos responsáveis que a responsabilidade se encontra também diluída.
Grande fenómeno da física, este da diluição. Está ele na base da homeopatia, mas as proporções são muito diferentes. Deixar passar um erro nos exames nacionais em cada vinte anos, poderá ter maior eficácia do que a ausência total de erros durante uma eternidade se o objectivo for uma salutar aversão ao dito. Pelo contrário, a repetição de erros muito próximos no tempo, sem nenhuma consequência para quem os comete, provoca antes uma banalização e com ela uma auto indulgência ou mesmo uma validação do hábito de cometê-los, naqueles que estejam bem posicionados para escapar às consequências. Quem "corrige" o erro não é quem o comete. Quem sofre as imperfeições do erro e da emenda acaba por se cansar e resigna-se.

As correcções introduzidas são discutíveis. E o tempo que se perdeu durante a prova a tentar entender o impossível?
Assim é noutras situações... perde-se um tempo louco a tentar perceber a lógica de certas altas decisões que se apresentam vestidas com a indumentária da "criação de emprego", do "progresso tecnológico" , da "modernização", das "reformas necessárias" , da "defesa do ambiente" e até da "defesa do Estado social"; quando se descobrir que as decisões nada têm a ver com aqueles conceitos ou objectivos, já se perdeu um tempo doido. Não há factor de correcção que reponha o mal feito. E a responsabilidade também está diluída, ninguém nos mandou ser burros. Há quem tenha visto logo ....

E continuam, na boa, mais responsáveis e menos responsáveis por erros graves de governação, de estilo de gestão e de linguagem, estão todos de pedra e cal. Não há nem uma pequena remodelação. Não se pode dilui-los?

Sem comentários: