quarta-feira, junho 27, 2007

A comissão europeia, Félix e a flexi-segurança

Afinal a flexi-segurança parece ser a política oficial da comissão ou terá sido o Barroso a ditar o recado, e vai daí a comissão declara que não é possível calcular os custos da dita. Claro, eu já tinha visto isso. Cada país adaptará à sua realidade- o nosso aplicará a flexi e deixará a segurança para melhores dias... Já sabíamos.
Mais interessante é ouvir (na antena 1) Bagão Félix (anagrama interessante este) a atacar o seu próprio código pelo lado da protecção ao mais fraco (a bem da opus e da memória do Escrivá, tem que dizer assim umas coisas, de vez em quando, a fazer de conta que se preocupa com as famílias e os desprotegidos). Agora vai-se poder mandar para a rua o trabalhador por "inadaptação". Este conceito tem zero por cento de objectividade. E sem qualquer problema, os empresários nem papéis precisam de preencher, é o simplex dos despedimentos sem justa causa: os aspectos formais deixam de interessar. É o reino da pura arbitrariedade, como disse e bem Bagão Félix. E tem razão também numa coisinha: os mesmos que agora rebentam com o conceito de segurança no trabalho, votaram contra aquele código quando estavam na oposição e não foi há muito tempo, a realidade portuguesa era a mesmíssima.
Pergunto eu: o que os fez mudar? A vertigem do poder sem limites? Os almoços e jantares com os top managers ou CEOs como agora se diz, de multinacionais e outras grandes empresas menos multi, essas pessoas que no fundo, bem no fundo, sempre foram secretamente invejadas pelos quadrozinhos políticos, agora catapultados a ministros, por efeito da lei de Gresham? Ou seja: "não se esqueça de mim senhor CEO, que não vou ser ministro eternamente, e veja só como eu sou solícito. Melhor ou mais fanaticamente obediente e espertalhão não encontrará na península. Take my card, sir, just in case and meanwhile good luck, viel gluck, etc..."

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