terça-feira, abril 10, 2007

O diploma e a persistência da dúvida

O diplomazito fazia bem aparecer por aí para recolocar a crítica no ponto certo. Não se chega a primeiro ministro por concurso documental e por graus adquiridos; para se ser professor o diploma conta muito, tanto que os bacharéis nem podem concorrer a comendadores, perdão, a titulares, mas a primeiro-ministro chega quem é bom político, mesmo pintor de paredes (sem desprimor, claro), chega lá quem tem uma ideia, berra bem e fala com convicção. E não foi o grau inventado ou não que o fez chegar a secretário geral do PS e a primeiro ministro. Nos politécnicos, sim, inventar um grau para chegar a coordenador mais depressa que o adversário, isso sim é criminoso. Mas, claro, mentir é sempre feio, muito feio e temos que saber, isto é, quem ainda não sabe tem o direito de ficar a saber se o primeiro ministro é mentiroso ou não.
Por que raio havia o homem de inventar uma licenciatura quando a não tem? Será que afinal é tudo fogo de vista, aquela auto-confiança, aquela pose de ditador iluminado? Será que os doutorados do conselho de ministros deprimiram a auto-estima do primeiro ao ponto de ter inventado uma licenciatura? Ó senhores professores, isso é feio, fazer o presidente do conselho sentir-se mísero bacharel, não se faz...
Enfim, em todo o caso, não é por antiguidade que se obtém um grau, o facto de ter estado 6 anos no ensino superior não dá licenciatura, se desse haveria muitos mais diplomados em Portugal, muitíssimos mais mesmo, devo dizer.
Amanhã saberemos mais na entrevista, entretanto, diplomas outros, mui gravosos, vão passando e o povo aplaude, e haverá despedimentos na função pública sob o beneplácito de todos... Esses diplomas, sim, esses e outros deveriam preocupar o espírito do cidadão esclarecido...

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