quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril na AR

A missa correu bem, fora o doidinho cujo discurso gritado ninguém compreendeu.

Maria de Belém esteve bem, num discurso denso de referências, deu uma boa aula que também ninguém compreendeu. Disse "correcto/a", umas seis vezes, pelo menos: seria mensagem ao chefe do executivo? Talvez, mas muito subliminar.

A oposição à esquerda marcou os temas mais gravosos, zurziu, nada de novo a leste do paraíso, mas é importante que sobretudo nestes dias "sagrados" se afirmem as verdades e não apenas se dêem umas voltas na sopa morna dos consensos de um regime já consolidado.

Paulo Rangel esteve muitíssimo bem. Gostei do discurso mas sabemos que nada daquelas palavras se traduz em oposição às medidas de fundo do governo. Na realidade, para o essencial do mais gravoso que há a fazer para impor o capitalismo selvagem em Portugal, os senhores do PSD estão de acordo e pensam: deixa-os fazer a eles o mais odioso, nós ganhamos a dois carrinhos: quando lá chegarmos está já tudo feito e entretanto encaixamos dividendos eleitorais com o descontentamento, sem termos que fazer nada...

O PR fez perguntas, boas perguntas, acho bem, mas que comece por si próprio, não lhe fica bem (nem pode) pairar sobre os meninos grisalhos, levianos e egoístas da geração contemporânea da revolução do 25 de Abril: ele sabe disso e por isso usou o "nós", mas o tom e a pose não corresponderam a um acto de contrição.

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