sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Sic notícias: EDP, governo e experts: todos de acordo

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Escrever na blogoesfera tem a grande vantagem de poder também ser uma espécie de pensar com os nossos botões sem grandes preocupações de documentação e de termos razão - as minhas interrogações e hipóteses acerca do financiamento do deficit tarifário na energia não se confirmam: não é o endividamento do Estado que o vai financiar, as próprias empresas vão pagar essa diferença com a renda das barragens que afinal era mais do que se pensava...Pois, serão mesmo as empresas que vão pagar essa diferença? Estamos a falar dA empresa ou há mais? Se ela vai pagar e não os consumidores que acontecerá aos lucros ? Ninguém, à excepção do jornalista, mencionou o tema lucros... então quem vai pagar, digam lá?
Interessantíssima a conversa entre os experts, tudo claríssimo, os raciocínios torpedeantes de Mira Amaral (a ter que explicar duas vezes mas talvez mais pela sua dicção do que pela falta de inteligência dos outros experts) explicando as descobertas brilhantes do ministro da economia, o outro expert (de que já não sei o nome) lançando referências vagas aos "outros custos" com cheiro a missão social e ambiental a justificar os preços altos que pagamos. Altos? Não tanto, pois abaixo do custo. Tudo limpidíssimo como água. Mas por falar em água, por que carga dela é que estes senhores passam a vida a falar de transparência, concorrência, flexibilidade de mercado e estão alegremente conversando acerca de como continuar tranquilamente a consumir energia abaixo do custo de produção, ao mesmo tempo dizendo que não, que aqui é tudo clarinho, que lá em Espanha é que é tudo escurinho e confuso. E como é que esta "taxa" que nos chega a casa que afinal serve para subsidiar tudo e todos não é definida em lei? Se pagamos mais que os outros, significa que todos na Europa subsidiam a energia. Estamos na época pós-Quioto, meus senhores...Mas pagamos mais 30% que os outros europeus... por causa dos custos disto e daquilo , eólicas e mais não sei o quê a cheirar a amizade ao ambiente...e eu a querer pôr as contas da luz na lei do mecenato em sede de IRS...
Sabem que mais? Eu, que não tenho acções da EDP nem a craveira de Mira Amaral, tenho sérias dificuldades em compreender a lógica de tudo isto. Então, não sei porquê, tenho esta impressão de que é desejável que venha o Mibel ou lá o que é: é que me dá a ideia de que serão melhores para o cidadão consumidor as soluções encontradas em Espanha mesmo na tal confusão entre entidade reguladora, blá blá, empresas, entidade legisladora, blá blá blá, mas onde as eventuais dificuldades são também repercutidas nas margens de lucros das empresas exploradoras da energia... mas pode ser uma impressão enganosa.

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