sexta-feira, novembro 17, 2006

Política económica contraccionista

Inspirada na entrevista de Cavaco e vendo o estilo já consolidado de governação de Sócrates concluo:
Estas políticas procíclicas quando aplicadas sem um modelo subjacente sólido e claro de crescimento são apenas depressivas e deprimentes.
Quando os senhores que as promovem apenas esmagam o mais fraco dando-se a pose de grandes reformistas, apenas conseguem desmotivar, baixar o astral, irritar e revoltar todos os potenciais visados.
Quando aplicadas sob o lema "dividir para reinar" são apenas anti sociais, próprias de pessoas de má índole e apenas aumentam o nível de conflitualidade nas relações sociais, na empresa, na repartição e na rua.
Quando são aplicadas a eito e de forma obscura, sem pacto de regime com os cidadãos - o único pacto que se vislumbra existirá sob a batuta do PR entre os dois partidos que conduziram o país ao ponto em que está, não sendo portanto um pacto social - então a questão da legitimidade prefigura-se.
Quando são aplicadas sem critérios transparentes, apenas suportadas pela maioria parlamentar acrítica (aliás constituída na base de um discurso de campanha muito diferente daquele que fundamenta essas políticas actualmente) a questão da legitimidade pode configurar-se mesmo e portanto a eficácia da propaganda irá progressivamente diminuir.
Nunca passará pela cabeça desses senhores que os modelos bem sucedidos de crescimento passaram por acordos alargados, por pactos sociais?

(enviado ao Público para publicação)

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