terça-feira, julho 11, 2006

Quotas

Antena aberta: continua a não ser possível desligar o rádio ou mudar de estação. Masoquismo? Talvez.Muitas vozes são repetidas, muito reformado (em boa hora...) dizendo que os outros é que devem trabalhar até que a morte os separe da escravatura... mas o assunto hoje é "mulheres". "Eles" adoram dizer coisas sobre "elas". Às vezes para dizer bem, não sei mesmo qual dos conteúdos mais me irrita, se o paternalismo dos senhores que dizem bem das mulheres se o dos que temem a mudança e conhecem o problema da escassez de tachos, face à progressão (avassaladora para eles) das mulheres na obtenção de diplomas. A intervenção melhor do dia foi de uma mulher que conhece de ginjeira (de onde virá esta expressão...) os politiqueiros locais, habituada e já farta dos joguinhos da politiquice, das listazinhas já preparadinhas, quando é a hora de decidir democraticamente, descobre que já estava tudo escolhidinho previamente. Intervenções de fundo no parlamento são para os homens, algumas excepções salvaguardadas, claro, Ana Drago foi a nomeada.
De facto, digo eu, que tenho um blogue e não telefono à Eduarda, pois o resultado é o mesmo, o problema não reside em nada de especialmente atroz para as mulheres: elas, estatisticamente falando, talvez tenham menos tempo para construírem as suas redes de influências, mas algumas também o fazem, e vão longe, medíocres muitas (como muitos deles), nem na ambição são grandes, querem o tachinho, não tem que ser o tacho, elas são, também e infelizmente assim. Ser mulher não é vacina contra a pequenez, a estupidez, a mediocridade, a ambição desmedida, a trafulhice, o desrespeito pelas regras, a falta de ética, a cobardia: o gosto pelo tacho ou o medinho de perdê-lo, leva-os e leva-as a colocar nas lideranças quem os possa beneficiar, às vezes apenas com cheirinhos do tacho.
As panelas, usando um sinónimo para não repetir, essas vão escasseando e então eles e elas pensam numas leis que lhes facilitem a vida na triagem...será mais uma forma de calar algumas vozes (neste caso de alguns eles) menos em sintonia com as direcções partidárias: -"pois, ó pá tivemos que pôr uma mulher, por isso não ficaste em lugar elegível, desculpa lá, não foi nada pessoal, claro que tu eras melhor que ela, mas sempre se enfeita o parlamento de beldades...pois, é verdade, ela não pensa como tu, pensa mais como o cabeça de lista mas que é que queres, não há mulheres que pensem como tu, teve que ser assim..."
Pois claro que estou contra as quotas, o défice da democracia é de ética e não é possível fazer uma lei que obrigue a colocar nas listas por cada dois trafulhas, um honesto, por cada dois lambe-botas, um livre pensador...
Parece-vos discurso anti-parlamentar isto? É que é mesmo capaz de ser: a democracia precisa urgentemente de mecanismos de controle, ou ...não é democracia, é outra coisa, é o reino dos oportunistas, sobretudo quando a língua, as "autonomias locais várias" e os nacionalismos (pequeninos ou grandes) hipócritas continuam a proteger esses reinados contra os resultados da elevação pura e simples da fasquia por via da "livre concorrência"...tão apaniguada por esses mesmos oportunistas, nos discursinhos medíocres que fazem onde gostam de colocar também as expressões "mais valias", "sinergias" e "virtualidades"...

2 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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